quinta-feira, 28 de maio de 2009

Bueno povo, como prometido segue o link do novo blog, aos poucos este deixará de existir, entonces sigam a visitar o novo domínio


http://www.delirioscotidianus.blogspot.com/


Gracias pelo aguardo e prossigam as incursões blogueiras!!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Um breve Adeus

Devido a problemas com a formatação de publicações, layout do blog com defeito e outros contratempos técnicos estou abandonando este blog e criando outro. Excluirei este blog com o tempo, para além de não tornar-se um mausoléu digital desinfectar a grande rede que já está entopida de páginas e mais páginas.

Bueno, as produções seguirão a mil bem como a necessidade de postá-las em um local público, porém, demorará um tempo até voltar com as novidades, pois selecionarei algumas postagens deste blog para contar no outro, para não perder tudo o que já foi publicado até hoje.

Hasta la vista.

Everton Merlin

domingo, 24 de maio de 2009

Um poema dedicado a amiga, blogueira aparceira de artes Juliana Castro.O poema trata de seu saudável vício: Desenhar compulsivamente. Consta então o poema:

Fluídos Vitais

Tu que arriscas na arte
Teus afãs sentimentais
Não usas como coisas banais
O fluído que de ti faz parte

Aplicaso sangue, a saliva
Os grafismos que em arte implica
Energia que vibra, suplica
O status de expressão altiva

E o fazes de forma sublime
Expondo o que te consome
Noite a dentro, matando a fome
Da apreensão que te reprime

Além disso adoras escrever
Tornando único o teu sonhar
Pois mal consigo imaginar
O que seria sem tua amizade viver.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

No title


Viro as páginas da tua beleza
Me perco na pólvora que consome
Queimo, ardo, intensa fome
Por ti, me esqueço na incerteza.

E em poucos passos eu te desejo
Caio no buraco negro do descompasso
Nada digo, nada faço
Além do choro, de ensejo.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cansei!
Estou farto desse poetar comedido
Surtei!
Perdi o gênero e o sentido.

E por aí vai
Esse intenso enlouquecer
Que conspurca e se esvai
No delírio, no esmaecer

Não tenho mais o que dizer
Vou desligar pra não sentir
O sentimento, causa desse tosco prazer
Que não nutro, sequer devo possuir.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vou-me embora de Pasárgada
Millôr Fernandes



Vou-me embora de Pasárgada!
.
Vou-me embora de Pasárgada
Sou inimigo do rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei
.
Vou-me embora de Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
A existência é tão dura
As elites tão senis
Que Joana, a louca da Espanha
Ainda é mais coerente
Do que os donos do país.
.
A gente só faz ginástica
Nos velhos trens da central
Se quer comer todo dia
A polícia baixa o pau
E como já estou cansado
Sem esperança num país
Em que tudo nos revolta
Já comprei ida sem volta
Pra outro qualquer lugar
Aqui não quero ficar,
Vou-me embora de Pasárgada.
.
Pasárgada já não tem nada
Nem mesmo recordação
Nem a fome e doença
Impedem a concepção
Telefone não telefona
A droga é falsificada
E prostitutas aidéticas
Se fingem de namoradas
E se hoje acordei alegre
Não pensem que eu vou ficar
Nosso presente já era
Nosso passado se foi.
.
Dou boiada pra ir embora
Pra ficar só dou um boi
Sou inimigo do rei
Não tenho nada na vida
Não tenho e nunca terei
Vou-me embora de Pasárgada.

domingo, 10 de maio de 2009

As vezes tudo
Quase nada importa
As vezes simples
É o que me devora
As vezes sempre
É o que me ignora
As vezes nunca
É quase sempre agora




quarta-feira, 6 de maio de 2009

Te ver é como navegar sem barco
Delirar no espaço,
Viajar nesse hipotético/imagético arco
De emoções, de descompasso

É respirar o gás corrosivo, e não morrer
Se encontrar no geométrico, no abstrato.
Dos calorosos aplausos, o não bater
Do momento único, o retrato.

E poetando eu prossigo
Sem as mãos, no imaginar
Encontrar aos poucos o devaneio que persigo
E no ar, perdido, o ensejo subliminar.

Mas aos poucos o gás corrói, pois não te vejo
Nem mesmo no teclar te sinto
E o abstrato, antes belo, não satisfaz o meu desejo
Por fim digo, na ponta deste lápis, que o que digo, não minto.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Expiação

Corto os pulsos para nada ver

Ignorar certas coisas que me iludem

Esquecer enfim cada parte do meu ser

Descartar, então, idéias vãs que me confundem

Cansei desse ingênuo comodismo

Dessa voz entoante do não dizer

Surtei! Enterrei o meu lirismo

E aos gritos assisto o mesmo padecer

E para o não viver, do cansaço a ascensão

Esmaeço em devaneios lúdicos,

A cada idéia exposta, um pouco de razão

E saturado fico desses seres pudicos

Enquanto escrevo reflito sobre o nada

O vazio que dá forças para seguir

E te encontro, com a leveza de uma fada

Incompleta e constantemente a ruir

terça-feira, 28 de abril de 2009

Sânie

O homem expelido pelo animal
Sente na carne o véu que rasga no instante
Mas tudo muda, tudo gira, não faz mal
Se o véu era seu, ou da mulher amante

E deste cálice na hibridez descomunal
Eu bebo o sangue que escorre adiante
Rasgando o elo desta corda umbilical
Que espedaça esse momento dissipante

E neste jogo violento e bestial
Eu quero o gozo que se mostra excitante
Devanear no suco gástrico renal
Sorver aos poucos o que se diz meu semelhante

Apago a luz desse ébano infernal
Tão negro como o reluzente diamante
Para não presenciarem o psicótico fatal
Que envolve minha mente delirante

E nos golpes que desfiro é que me torno racional
Marcando a face deste louco viajante
Que como eu com a chegada do final
Em desespero, vacilando, morre agonizante.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Escrito na madrugada

Observo atentamente à noite,
E a lágrima que escorre sutil
Sinto na carne violento açoite
E vou esvaindo-me. Louco e senil!

E de um instante faço um tormento
Gritando no vácuo para ninguém ouvir
E novamente observo, atento,
A lágrima que seca e um rosto a ruir.

Então a verdade se revela
Mostrando-me o destino aterrador
E a vida, que sempre se formou bela
Caiu no devaneio desse infindável torpor.

E é por isso que bebo meus caros
Para esquecer esse inferno mundano
Carrego a cruz de milhões de calvários.
Torno-me aos poucos algo desumano.

domingo, 12 de abril de 2009

Ilustração que faz parte do projeto Poesia Roubada do grupo Inventarte. A poesia em questão chama-se Psicogeografia do amigo Rody Cáceres. Trata-se de uma poesia/conto relacionada a movimentos artísticos e um cenário surreal de uma cidade abandonada, em que um homem encontra-se ante o isolamento total, sem destino algum, tampouco uma saída para o problema.
A ilustração foi realizada com nanquim sobre papel e será exposta pelos locais por onde o grupo realizar seus sarais.





Detalhe

Detalhe

Detalhe

Detalhe

Detalhe

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Construo coisas que jamais alguém verá
Sob a neblina constante de minha mente,
creio que tudo aos poucos perecerá

terça-feira, 7 de abril de 2009

Frases de fim de festa


Penso, logo, canso.

domingo, 5 de abril de 2009

Epílogo para a Musa


Então a musa finalmente morreu!
Levando consigo minha essência
E agora o que resta deste humilde plebeu
É um misto de angústia, torpor e demência.



Até o desafeto, que me assolava
Esvaiu-se nas minhas rubras lágrimas de solidão
E se antes tinha a ti, que meu viver sustentava,
Agora nada tenho. Não há salvação!



E durante a noite tudo isso aumenta
Embriagado, sonho com teu algoz
E meu sangue ferve, esquenta
Quando ouço o grito de agonia, e sei que é tua voz



E grito também, lancinantemente
Sinto-me perseguido pelos mesmos chacais
suporto a dor, abnegado e paciente
Se for para ti viver, que venha muito mais.



Não à toa derrotei Centauro e Quimera
Por ti enfrento até, como diria o poeta
A ingratidão- esta Pantera
Para ter-te ao meu lado, completa.



Mas se for para morrer
Danço com a morte, senhora mesquinha
o que importa é ao teu lado viver
E seguir a escrever essas mal traçadas linhas.




quarta-feira, 1 de abril de 2009

Concluso





Te encontro aos pedaços
Estendida sob o lençol
Caminho a cuidadosos, lentos passos
Enquanto lá fora surge o segundo sol



E como encantas, mesmo morta
Tua beleza sinuosa e sublime
Tanto me conforta
Quanto reprime.



Teus cabelos, sutilmente estirpados
Espalham-se por todos os cantos,
E meus sentimentos há muito deturpados
Retornam, enquanto fico aos prantos.



Malditos! Destruíram o meu pilar
A musa, o ser que me deixa senil
Imponente no meu altar
Foi-se, e junto meu devaneio febril.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Poesia do Absinto


Hoje acordei de mal humor
Caí da cama, despertei com calor,
E agora tudo o que digo, minto
Bebendo este copo de absinto.



Este rádio velho grita. E como!
E de ímpeto louco, do martelo tomo
Para bater forte, na cabeça
Até que ela abra, pereça.



Mas vou deixar pra lá
Pois sei que o rádio sobreviverá
Aos meus golpes fracos da cachaça
Dessa reles vida. Sem graça!



Vou rodar por aí e cair numa esquina
O cachorro me lamber e encharcar na neblina,
Acordar de ressaca e chutar o animal
E mais uma vez, iniciar o dia mal.



domingo, 29 de março de 2009

Os jovens têm anseios que nunca passam, enquanto os velhos têm lembranças do que nunca aconteceu.
Parábolas de Um Senil

Me afogo no infinito,
Em conclusões precipitadas
Minha vida, o sofrimento, tudo é mito
De alguém que possui as mãos atadas.



E a escuridão que me consome
Ao mesmo tempo me conforta,
Sempre que minh'alma sente fome
Me deparo em frente a tua porta.



E me acolhes gentilmente
Para o calor do teu seio maternal
Sinto-me em um casulo, e mentalmente
Sei que nada pode me fazer mal.



Mas se me julgas então
Injusto de tal acolhida,
Me lanço novamente a essa instável monção
A procura de minha sanidade, a muito perdida.




quarta-feira, 25 de março de 2009

No Escuro

Sonhos de uma noite futura
Fulguram em minha mente
Tornando a vida insegura
Causando um temor insistente

Sangue jorrando abundante
Cabeças voando formam uma onda
Ouço gritos a todo instante
Eis a cena hedionda.

E o algoz de toda essa gente
Não vê sentido nisso tudo
Apenas segue, vacilando e em frente,
Enquanto eu vislumbro, estudo.

E quando visualizo o rosto sombrio
Até então oculto no breu
Sinto um agoniante tremor de frio
Por saber que essa besta macabra sou eu.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Desfecho

Abandono meu casebre em chamas
Desolado apenas corro,
Tropeço em meus pensamentos coberto de lama
E no fim de tudo, morro.

Para onde foram os poetas
Seres loucos e sem razão,
Corroeram as minhas metas
Deturparam meu coração.

Mas que vá tudo para o inferno
Não quero nada, além da fúria
E quando chegar o frio do inverno,
Vou sucumbir quieto, na penúria.

E a depressão enfim me ataca
Sinto-me agora um ser miserável
Ela enfia em meu peito uma estaca,
E eu ajudo, com uma força intragável.

Bebo deste cálice fervente
De angústia, dor, sofrimento
Escorre pelo corpo como o fogo ardente
Para o meu espírito é farto alimento.

Não quero pois, importunar ninguém
Me deixem morrer lentamente,
Por mais benévolo que seja alguém
Quero ver minha vida escapar furtivamente.

E quando nada restar haverá um canto
Em nome daqueles que me queiram
Mas que não derramaram o menor pranto.
Que ardam nas chamas, que infinitamente queimam.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Fim de noite

Decadente e insensível
Bebo até morrer
Talvez seja impossível
Por completo me conhecer.

Nem todo o álcool é capaz
De afundar minha nau infeliz
Sou como o chacal, podre e sagaz
E minh'alma com isso tudo condiz.

Por isso bebo, e sigo a beber
Para o nada existo, e ninguem me deseja
Tanto faz se fico a morrer,
Enquanto isso uma menina, meu telhado apedreja.

Pra Ti

Ando sempre contra o vento
No adverso dessa estrada escabrosa
Vez em quando recebo tu beijo bento
Que atordoa minha vida deveras perigosa

Só não entendo porque choras,
Toda vez que me calo
Teu pranto consome tuas horas
Que se esvaem, pouco a pouco, pelo ralo

Te questionas pelas noites
Por que tenho esses abismos
Então te flagelas, com meus próprios açoites
E eu aqui, com meus problemas, meus achismos.

E eu entristeço, me abalo
Por não te dar o que realmente queres,
Não dar-te o merecido ragalo.
Mas saibas que choro, pois mais te firo do que tu me feres.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Clamor

Se todos os meus gritos
Chegassem a algum lugar,
Eu não criaria tantos mitos
Contra os quais tenho de lutar

Minhas dúvidas dantescas
A respeito do que pensas
Liberta criaturas grotescas
Fruto da maldade, que minha mente está propensa.

Mas não ligo
Apenas bebo
Depois desligo.
E se me amas, não percebo.
Poesia Difusa

Quando me vês:
Saltas
Gritas
Surtas
Enlouqueces
E eu apenas:
Calo
Gelo
Paro
Desligo
Por mais que tentes:
Chamar-me
Beijar-me
Tocar-me
Fletar-me
Eu apenas:
Provoco
Desprezo
Bebo
Morro
Tudo isso porque não te amo, apesar de me amares.

domingo, 15 de março de 2009

Mais uma HQ concluída, dessa vez, uma contribuição para o amigo Alisson Affonso para o seu personagem Queixo de Mula. Essa história foi construída por várias pessoas, cada página por um desenhista diferente, eaí está a prévia da página, sem as falas, que estão sob responsabilidade do Alisson. As técnicas utilizadas na construção foram bico de pena, pincel e aguada de nanquim. Assim que estiver devidamente editada, posto ela na íntegra.


Queixo de mula (quadros 1 e 5), personagem de Alisson Affonso sob a ótica de Everton "Merlin Soares". Todos os direitos reservados.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ímpetos de um falso poeta

Se na tristeza de meus versos
Encontras a existência do teu ser,
Saibas que meus devaneios dispersos
São a personificação do meu sofrer.

E se sofro, é por causas improváveis
De seres que destruíram o que me é de estima
E meus alicerces, antes inabaláveis
Agora tremem, diante da reles neblina.

Pois a tempestade castigou,
Lavou de sangue as minhas mãos,
Corrompeu, e por tantas vezes humilhou.
Minha loucura hoje é o meu estado são.

Portanto grito, estridentemente
Para que todos ouçam a minha agonia
E que morram todos, se aparentemente
Sentem prazer em ver minha agnia.

E que ardam todos, enquanto bebes
Se ferirem teu eu-lírico
Que belas coisas escreves
Sobre o teu viver empírico.

quarta-feira, 11 de março de 2009


Estudo no Sketchbook

Estudo no Sketchbook


Estudo no Sketchbook
Diminuto


Rompo o véu da existência.
Enfim!
E tudo o que resta é a essência
De mim.

Decaio aos poucos
Sucumbo.
Convivo entre loucos,
E ouço um som lamentar, um bumbo.

Esse som fúnebre
Escuto
No meu quarto lúgubre,
Perscruto.

Me alucina isso tudo
O véu, o som, o bumbo.
Atentemente estudo
O zumbo.

Descubro a origem,
Sou eu.
Infeliz, coberto de fuligem,
Um breu!

Então eu adormeço,
Acuado.
Como a criança aturdida pereço,
Assustado.
Para toda ação, existe uma contra-razão.

terça-feira, 10 de março de 2009

Troco


E se retornas
Não me mereces
A meus braços insistente tornas
E de meu calor corpóreo careces.


Pois digo não!
Nem em sonho
Vive tua solidão
Que na minha me recomponho.


Ainda assim suplicas
Mas agora eu que te nego
E dou-te um sutil ramo de arnica
Para saberes que dessa vez te renego.


Me feristes, brincastes comigo.
Não sou tua digressão
Provocas na minha vida o perigo
Não vivo mais da triste emoção.

Bebe como eu,
Ou chores! Faze o que tu queres
Só não rompa o véu do meu breu
Nem me causa castigante interpérie.

Nódoa

Já disse o poeta
A mão que afaga é a mesma que apedreja,
E minha tão distante meta
Sei que ninguém almeja.

Esse abismo profundo que nos aparta
É causa do engano, das enormes imensidões
De desamores, que minha mente está farta
E por dia ela mata, alguns desses dragões

Mas são feras famintas, mordazes
Por vezes me vencem, corroem
Esses sentimentos deveras vorazes
Que os outros poucos que ainda tenho destroem.

Por isso me afogo, inebrio
Para apagar os traumas de minha vida,
Por isso fico nesse campo sombrio
Acuado, para entre todas curar uma única ferida

Do desencanto, do desamor
Que me alucina no corpo e na alma
Me faz cair no intenso torpor
E como outrora, aos poucos perco minha calma

Não sei até quando aguentar
Ficar nesse abismo obscuro.
Não sei até quando suportar
Co-existir nesse fétido monturo.

Talvez um dia eu enfrente,
Ou morra senil, inerte e escusado
No corpo e na alma um completo demente,
Cansado de tudo, do meu amor recusado.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Angústia Rouca

Meu verso escapa de tua boca
Assim como o vinho escorre da minha,
Minha voz de tanto gritar, ficou rouca
Gritando por ti, que calada pela estrada caminha.

E pela noite perscruto o que escreves
Absorto a cada linha, cada verso
Sei que nem uma linha sequer deves,
A mim, que possuo pensamentos dispersos.

Porém insistes! Me incitas! Provocas!
Na santidade máxima de teus versos puros,
Tiras da minha boca e na tua colocas
As palavras que me escapam, de poemas obscuros.

E essas garrafas que agora me acompanham
São testemunhas dessa dúvida que me persegue
As pessoas meus pertences apanham,
E tu, meus passos sorrateiramente segue.

Agora fico aqui, nesse abismo sombrio
Aterrorizado pelo fantasmas de minh'alma
Vou ficando por aqui, cansado e com frio
Vou ficando por aqui, antes que eu perca a calma.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Manifesto ao anonimato absolutamente covarde


Não devo satisfação a ninguém, tampouco esclarecimentos a respeito do que penso ou cultuo, mas vai um pequeno esclarecimento aos de mente pequena e covardes em sua essência, que não possuem caráter suficiente para mostrar a cara e estabelecer um debate artístico a respeito da crítica em questão, mas vamos lá, a vida é feita dessas coisas.

A fotografia em questão foi tirada no Paço das Artes, em São Paulo, e na minha humilde e pouco expressiva opinião, tendo em vista a magnitude da Arte Contemporânea, tão complexa e repleta de bifurcações em seu percurso, significa o seguinte (amigos, isso que vou escrever realmente é discutir sobre Arte, e não o que andam fazendo nos blogs por aí, com embasamento teórico no livro Arte Comentada, para leigos em Arte e com pouco aprofundamento teórico, além de nada fazerem do que discorrer sobre Arte):

O museu por si só é um lugar lúgubre, que em muitas vezes nos lembra um cemitério, salvo as galerias de Arte, que na sua maioria expõe obras de artistas vivos e ainda atuantes na cena, o que não é o caso do museu, como o MARGS, por exemplo, que sua galeria é composta em sua grande maioria por artistas já falecidos há algum tempo. Admiro os museus com toda certeza, dizer o contrário faria de mim um hipócrita, mas a Arte contemporânea não precisa de museus, como os catedráticos e academicistas propõe, mas sim de espaços abertos para a visitação da grande massa, carente de cultura útil e de conhecimento enriquecedor. Foi por essas ações que o curso de Artes Visuais perdeu o IDEA- Espaço de Arte, pois a pouca visitação do espaço e a não educação do olhar estético desde a infância por parte dos Arte-Educadores (termo esse que alguns colegas possuidores de blogs e supostos criadores do comentário polêmico adoram), que não educam suas crianças com um olhar crítico e sensível para o mundo que os cercam, fizeram com que perdessemos o espaço(lamento muito para os acadêmicos de Artes que não estudam sobre Arte Comtemporânea, o mínimo que seja, mas a resposta vêm em seus TCCs ).

Não adianta manter obras enclausuradas num museu, mas sim expô-las ao público geral, a população carente, as crianças das escolas públicas, e não manter-se restrito a burgueses reacionários e os ditos "discutidores de Arte", que nada mais são do que pseudo-pensadores e parasitas do curso (pois tenho plena certeza que o covarde manifestante anônimo é das Artes Visuais).

Espero que o ser anônimo que visita o meu espaço ( e provavelmente um grande fã de minha pessoa, já que deperdiçou um bom pedaço do seu tempo escrevendo algumas linhas para me criticar) leia o que acabei de postar a possa assim entender um pouco da informação do que a fotografia quer passar (outra coisa que não entendo: a plena ignorância de uma pessoa que não sabe sequer interpretar uma fotografia). Não que isso me afete, longe disso, pouco me importo com as críticas que recebo, apenas não quero que pensem que posto imagens ou escrevo coisas sem saber do que estou falando, apenas isso.

E caso queiram um estabelcer um debate corente sobre Arte, sem demais vilipendiações, que manifeste-se, sou uma mente aberta a novas opiniões e suscetível a mudanças, desde que coerentes e embasadas com fundamento teórico competente.

quinta-feira, 5 de março de 2009


quarta-feira, 4 de março de 2009

Alice 2

Esse sorriso cativante,
Luz da minha vida
Cura minha alma ferida
Acalma meu coração errante.

Te tornastes minha salvação
Dessa solidão que me ataca,
Sinto atravessar-me uma faca,
Quando te vejo chorar, parte meu coração.

Menina de rosto nobre
De olhos cândidos, repletos de ternura
Encontro em ti a minha clasura,
Meu porto seguro, de segurança me cobre.

E de certo sempre saberei
Quando algo te afligir,
Tenhas a certeza de que vou reagir
Querida Alice, jamais te esquecerei.

Meus sentimentos perdi por aí
Em alguma garrafa
De algum bar
De alguma esquina imunda.
Fiquei então com essa inquietude,
Fruto desse olhar misterioso
Claro como a manhã de Janeiro,
Profundo como o inverno sombrio.
Mas no fundo, lá no fundo
Habita um ser sensível
Sedento de calor humano,
Sozinho,
Errante,
Despencando nesse abismo mundano.


Insânia


E quando resolvo romper o véu da sanidade,
Percebo que me liberto.
Sinto o vento quente da liberdade
Rasgar a carne de meu peito aberto.


Mas ainda sim me sinto em grilhões
Tão pesados quanto o fardo que suporto
Sinto em minha carne ferroadas. Insidiosos zangões!
E no álcool extasiante, extenuado me conforto.


Minha mente é um turbilhão
De pensamentos dexconexos, absurdos,
E sigo a falar, como sempre em vão
A essa massa de seres por nascença surdos.


Ou não houvem por não querer saber
O que me aflige, causa de minha insânia
Não há ânimo que conforte o meu ser
E nessas horas, lembro a frase de Bethânia:


"Como quem desatasse um nó
Soprei seu rosto sem pensar
E o rosto se desfez em pó"

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Imensidão


Meu jardim de ervas daninhas
Arranha tua pela imaculada,
Mas mesmo assim insistente caminhas
Até o átrio de minha morada

Que força é essa que te impele
Para o calor dos meus braços
E singela posas, nua em pele,
Para que eu desenhe teus sinuosos traços

E minha mão corre solta
Para o retrato do instante completo
Nas belas madeixas te encontras revolta
E logo esqueço do que escrevo, do desafeto.

Essa energia fatal me envolve,
Momento mágico, causa nos olhos rodopios
Devaneios oníricos minha mente promove
Meu corpo é atacado por arrepios.

E a cada instante o delírio aumenta
O envolvimento corpóreo é pleno
E tu, a libido fomenta
Em mim, que era calmo e sereno.

Me perco em ti, mar de prazer
Doce insânia que me faz sonhar,
Anestesia cada parte do meu ser,
A locais surreais, me faz viajar.

A esse doce veneno vou me entregar,
Confio em ti minha vida
No teu seio perfeito, vou repousar
Para apagar a dor, essa intensa ferida.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Perdido

Em outros tempos algúem eu fui
E agora por mais que eu corra,
O álcool em minha mente apenas flui
Até o derradeiro dia em que eu morra

Como é infeliz essa vida insolente
Nessa ardente ilha sonífera
Quimamos debaixo do sol ardente
Como a velha árvore infrutífera

E logo após tudo é em vão
Tudo acaba no fim da escalada
Carros, dinheiro e aquela mansão
Ambição inútil a troco de nada

É então que notamos o que perdemos,
As coisas simples desta existência
E quando sofremos é que aprendemos
A custa da dor, os frutos da nossa insolência.




ps: Esse poema foi encontrado durante uma edição de postagens. Esse escrito constava quase que integral, com a adição de apenas alguns versos, de momento me causou espanto ter encontrado ele ali, perdido, e logo achei engraçado, pois como efêmera é a vida, pois assim como os poemas perdidos nós perdemos coisas que são de grande importância nas nossas vidas mas não percebemos.
Apocalipse

Tudo isso me assola,
Como pode o ser mundano
Que nem sequer consola,
Ser chamado de humano



Humano pútrido de alma encardida
Ser ignóbil, fruto da providência
Que ao invés de curar, abre mais a ferida
Da terra enferma, que pede clemência.



Mas do pó viestes e vais retornar
Para a dor, o remorso, a tragédia
E quando tudo acabar vais presenciar
Essa melancólica, divina tragédia.



Então tua prole sofrerá também
O choro da angústia reinará no teu ser
Por tua imprudência morrerão outros cem,
E vai ecoar o grito dos mortos na mente, enquanto tu viver.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Abandono


Havia apenas um motivo
Que me mantia firme nessa terra
Agora tanto faz se sigo vivo.
Entrego os pontos e perco a guerra.

Tantos foram os momentos
Que chorei por ti noites afora
Agora ando a passos lentos
E morro a cada verso, nesta hora.

Cansei! teu desprezo tornou-se afronta
Vago a esmo como um errante
Meu dedo que agora para a terra seca aponta
Um dia apontou pra ti, intocável e distante

O álcool que agora me entorpece
Me faz crer que fui leviano
E aos poucos meu corpo adormece
Esquecendo esse inferno mundano.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Maria Santa

Neste antro com seres cansados
Ouço o galopar constante e frenético
Dos cavalos, e montados os soldados
causando-me devaneios imagéticos

Mas o que fazer ante a força vil
Dita armada, raivosa e a postos
Se quando o raio da alvorada surgiu
O banho gélido congelou os ossos

Sim, congelou e ainda castiga
Pois o vírus gripal de mim se apossa
Causando-me instigante fadiga
E aos poucos a gripe que é minha torna-se nossa

Resta o repouso deste corpo inerte
Em seguida a batalha de um novo dia
Nesta noite nem sequer tive o flerte
Raiou o sol em Santa Maria

Santa Maria, 2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Prólogo da Musa

Sei que teu corpo exala prazer
Como sabes que prazer quero te dar
Tenho ímpetos difíceis de conter
E uma paixão impossível de aplacar

Mas verdadeiramente distante é
Teu imaculado corpo sentir
Pois estás no topo e eu no sopé
Nem ao menos tua voz daqui posso ouvir

E então o sofrimento chega lento
Arrancando-me lágrimas de tristeza
Anestesiando o intenso desalento
De saber que intangível é a tua beleza

Como é injusta esta terra miserável
Pois não tenho sequer um momento de paz
E minha solidão deveras infindável
Torna-me inútil, porém sagaz.

Mas quem liga para os poetas malditos
Bêbados e cheios de problemas
Repletos de estranhos escritos
Com os mais exóticos fonemas.


(Fotografia de Evgen Bavcar)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Diálogo com a morte

E agora, nobre senhor
Que farás ao ouvir
As doces sinfonias
Das manhãs de Novembro
Se nada lhe resta
Além de seu quinhão ruim?
Nessas horas é que podes perceber
O quão furtivo é o que lhe cerca,
Pois ao fim de tudo
Tudo escapa como areia entre os dedos
No torvelinho desta louca existência.

Implicastes ao dizer que eras feliz
Mas os que te eram ditos leais
Te apunhalaram sem piedade,
E através da dor
Provastes o real sabor da vida.
Eu bem que te preveni!
Muito te falei que a vida era injusta
E que os homens são chacais incontroláveis,
mas chamáva-mes de tolo,
malicioso dentre outros insultos
E agoras podes ver,
Que o que previ era realidade.

Agora meu amigo,
Dorme o sono dos injustiçados
Pois é só o que te resta,
Além de tuas quimeras mil
Que não passa de um sonho infantil
De uma vida breve,
Infeliz e solitária.

(fotografia de Evgen Bavcar)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Devaneio Noturno

Noite calma e sombria
Que bons ventos tazes pra mim?
Prenuncios de mais uma Guerra Fria
Ou a morte que chega enfim?

Tua mão é suave em minha fronte
Como a carícia suave da mulher amada
Teu segredo oculto quero que me conte,
E minha alma em ti estará salvaguardada

Tu que é mãe dos corações errantes
Dos poetas, dos loucos e apaixonados
Serves como o melhor dos calmantes
E leito de morte dos agoniados

Toda essa gente é servil,
A ti, gigante como o Golias derrotado
E como a bela moça sempre gentil
Retribuis com carinho, aos loucos desse navio naufragado

E nessa marcha insana todos prosseguem
Bebendo, gritando e bradando selvagens
homens e mulheres, com afinco perseguem
A noite sedutora, em infinitas viagens.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Réprobo
Só me restou o desamor, o desencanto
A dor sufocante que agora me acompanha,
E as lágrimas ardentes do meu pranto
Que o meu rosto sem piedade arranha

A chuva escorre calma pela janela
Como a criança que brinca livremente
Provando-me que a vida é bela,
Mostrando que o erro é meu, infelizmente.

Quisera agora ter um afago amigo
Para curar meu coração aflito
Livrar-me desse constante perigo
E dizer que o amor para mim não é restrito.

Resta-me agora essa angústia inquietante
Fruto de uma vida descartável
Aliada ao torpor alienante,
Tornando minha existência indesejável.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Para quem acha que o que escrevo não presta, é ridículo ou vazio de sentido, vai aqui um poema de um dos monstros da literatura nacional, que têm algo haver com o que eu escrevo.




Poética- Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expedienteprotocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionárioo cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Musa 3

Quando te vejo não acredito
Parece um sonho ou delírio
Da minha vida virasses o mito
E do meu espírito intenso martírio

Por que assolas esse reles ser?
Dá-me uma faca e em mim a cravo
Ao teu lado não consigo viver,
Enquanto existires serei teu escravo

Teus caprichos realizarei,
Construirei o mais belo altar
Aos teus pés repousarei
Ao teu lado sempre vou estar

E mesmo senil a beira da morte
Sempre fiél hei de servir
Nunca estarás a própria sorte
Nem mesmo quando eu partir

Por ti transcendo barreiras
Sou um Hércules mesmo tísico,
Com devoção ultrapasso fronteiras,
Pois o amor é metafísico.

Mas se possível não for então
Uma lembrança vou deixar
Todos os dias cultivo um botão
E da linda rosa, o cheiro em ti vai ficar.
Não Correspondido

Esse teu jeito de andar
Por demais misterioso
Causa-me um certo mal estar
E por hora um colapso nervoso

Me ignoras tanto
Como um fantasma me sinto
Passo as noites em pranto
Ou entregue a um copo de absinto.
Musa 2

Tuas curvas causam-me encanto
Fruto da providência divina
Tão leve como o dançar da bailarina
Arrepia-me a alma de espanto

Intangível para mim tornastes
Resultado das longas noites,
Castiga-me, odiosos açoites
Incita-me, furiosos embates

Tocar-te é apenas o que almejo
Porém é tarefa deveras árdua
Dói-me dos pés a espádua,
Mas venço a dor, causa mor do desejo

E assim sigo a imaginar-te comigo
Viajando a lugares distantes,
Em devaneios com velhos navegantes
Que como eu, pela musa, não temem o perigo.
Desafeto

Vivo como o feto escarrado
Nas condições do mundo agreste
Em que não vive sequer a peste,
Sinto-me assim por nunca ter sido amado.

Por mim não pagam um tostão,
De certa forma até agradeço
Sei que por justiça não mereço
E aqui permaneço, com meu reprimido coração

Vítima fui de diversas dores
Com vinte anos recém completos,
Já vivi mais desafetos,
Que esses augustos e veneráveis senhores

Continuo então como aquele feto
Descartado no frio hostil. Inútil!
Vou tocando minha vida fútil
Assombrado pelo desafeto.