sexta-feira, 17 de abril de 2009

Escrito na madrugada

Observo atentamente à noite,
E a lágrima que escorre sutil
Sinto na carne violento açoite
E vou esvaindo-me. Louco e senil!

E de um instante faço um tormento
Gritando no vácuo para ninguém ouvir
E novamente observo, atento,
A lágrima que seca e um rosto a ruir.

Então a verdade se revela
Mostrando-me o destino aterrador
E a vida, que sempre se formou bela
Caiu no devaneio desse infindável torpor.

E é por isso que bebo meus caros
Para esquecer esse inferno mundano
Carrego a cruz de milhões de calvários.
Torno-me aos poucos algo desumano.