sexta-feira, 10 de outubro de 2008




Consta aí a primeira história que criei depois que ingressei no curso de Artes Visuais. A última página está sem os textos pois ainda não editei, mas creio que dê para fazer um comentário sobre o processo criativo que envolveu esse conto.
Sempre me intrigou as lendas que os adultos criam para compensar a sua falta de jogo de cintura para lidar com as crianças, valendo-se de artifícios para se impor através do medo e mostrar quem "manda". Foi a partir dessa indignação que resolvi criar algo na linguagem dos quadrinhos.
Após longas noites refletindo e estudando o que utilizar para ser criado, resolvi unir a minha quase obcessão por gatos com um mito urbano de minha criação, já que as pessoas idosas e solitárias são vítimas dos mais variados mitos e lendas.
Assim criei a velha comedora de gatos e sob o ponto de vista de um morador do local articulei a narrativa e os aspectos gráficos do conto. Como uma das minhas grandes influências nos quadrinhos, Will Eisner ajudou-me muito(indiretamente é claro) a estabelecer e preencher algumas lacunas no roteiro da história, como, por exemplo, qual cenário utilizar para que a história pudesse ser compreendida por pessoas de todas as idades, por isso utilizei um cenário comum e suburbano acrescido a narrativas simples e de fácil compreenssão. Como meus afazeres e compromissos acadêmicos exigiram uma grande demanda de meu tempo, não pude me dedicar com maior afinco no conto, estabelecendo então um número pequeno de páginas e uma conclusão rápida, típica das histórias de terror americanas.
Por ter agido dessa maneira, muitos colegas e amigos confundiram meu estilo, mas quero deixar claro aqui que o terror não é a base do meu trabalho, mas sim produzir lendas urbanas e histórias cotidianas, ao contrário de tantos outros autores aos quais estamos habituados a ler.