terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Último post do ano, espero que eu tenha alcançado o meu objetivo na criação deste blog que nada mais é do que expor minhas opiniões, divulgar minhas produções nos campos das artes e das letras (no qual sou um mero simpatizante), bem como tornar esse espaço público um domínio da cultura útil, e não esse entulho de lixo digital que encontramos com tanta facilidade por aí.
É isso queridos, dá-se por encerrada as atividades de 2008. Até o ano que vem, e que as produções sejam muito maior do que foram nesse ano.
Cinco poemas que escrevi nessa semana, fruto de uma melancolia absurda, uma pequena crise depressiva, e a auto mas nem tanto exclusão da sociedade.

Lentidão
Acaba a noite.
Raiou o dia
E junto
Minha agonia
Suave e quente
Como um beijo,
Ou como sangue ardente
Que derramo em vão,
Noites e noites
Preso ao grilhão
De meu remorso esparso
Nesse imenso vazio
Que não há espaço
Para sequer pensar
Ou então,
Levemente imaginar
Que a vida é bela,
E não essa desolação.
Ausência

Ah, bons tempos aqueles
Em que a justiça e a bonança
Unidas reverberavam entre tu, vós e eles
Lançando pequenas sementes de esperança.

Mas eis que resta-nos o nada,
O legado maldito de outrora
E a idéia na mente parada
De que quem sabe faz a hora.

Mas na busca dos sonhos juvenis,
Persistentes marcharemos avante
Para na conquista, do ser mais feliz,
Encontrarmos o equilíbrio distante.
Amigo

Se choras lágrimas por quem não merece,
Não faças disso motivo de agonia
Mas segue em frente e ajuda quem carece
Em sua alma um pouco de alegria

Pois não há na vida maior prazer
Do que ajudar a quem bem nos quer
E verás que da alvorada ao anoitecer
A recompensa surgirá, venha como vier

mas se ao final de tudo então
Julgas inútil o teu auxílio
Verás que muitas pessoas virão
A tua procura, no teu recôndito exílio

E novas forças surgirão, nobre amigo
Até que, na redenção, encontrarás o céu
E no final dos tempos haverá no teu jazigo
A inscrição: Bendito seja! Foi valente, bondoso e fiél.
Desalento

Como um triste afago de uma mão benevolente
Minha vida segue adiante,
Seja como um solitário caminhante
Ou acompanhado de seres que, como eu, ousam seguir em frente

Mas por mais que e tente me livrar
Da bruma negra que envolve meu coração,
Acabo de joelhos caindo ao chão
E deprimido, me ponho a divagar

Pois bem! se sozinho estou, e assim vou ficar,
Por que não viver em paz
E aos quatro ventos dizer, que aqui jaz
Um homem, que com cuja existência, cansou de parolar

E agora, caros, vou para meu castelo em ruínas
Refletir sobre idéias hostis
Ou então relembrar de pessoas vis
Que destruíram minha vida com suas línguas ferinas.
Minha Vida, Itensa morte

Assistindo o surgir dessa aurora sombria
Lembro eu de minhas últimas noites
De terror, desespero e agonia

E como que castigado por açoites
Com golpes rasos em minha alma imaculada
Permuto toda a dor que sinto
Para minha dignidade há muito estilhaçada

E podes acreditar, camarada, pois sabes que não minto
Se retornam esses chacais
Os agrido, golpeio e castigo
Para minha destruição não desejarem jamais.

E então, livre do perigo
Poderei mergulhar nesse infindável torpor
Com minhas garrafas vazias,
Meu cálice, meus tesouros e minha constante dor.