terça-feira, 10 de março de 2009

Nódoa

Já disse o poeta
A mão que afaga é a mesma que apedreja,
E minha tão distante meta
Sei que ninguém almeja.

Esse abismo profundo que nos aparta
É causa do engano, das enormes imensidões
De desamores, que minha mente está farta
E por dia ela mata, alguns desses dragões

Mas são feras famintas, mordazes
Por vezes me vencem, corroem
Esses sentimentos deveras vorazes
Que os outros poucos que ainda tenho destroem.

Por isso me afogo, inebrio
Para apagar os traumas de minha vida,
Por isso fico nesse campo sombrio
Acuado, para entre todas curar uma única ferida

Do desencanto, do desamor
Que me alucina no corpo e na alma
Me faz cair no intenso torpor
E como outrora, aos poucos perco minha calma

Não sei até quando aguentar
Ficar nesse abismo obscuro.
Não sei até quando suportar
Co-existir nesse fétido monturo.

Talvez um dia eu enfrente,
Ou morra senil, inerte e escusado
No corpo e na alma um completo demente,
Cansado de tudo, do meu amor recusado.

1 Comentários:

Blogger Suellen Rubira disse...

Bem a tua... heheheh decadente.

10 de março de 2009 às 18:45  

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