domingo, 25 de janeiro de 2009

Como postagem de número 50 desse blog, posto um poema dedicado a minha doce irmã, Alice, com seus nove meses de vida

Alice

Olhinhos pequeninos
Que me observam nervosos e atentos
Assim sinto-me um menino
Quando estranhas os meus movimentos

E quando essas frágeis mãos tocam meu rosto
Vejo o quão sublime é a vida minha
E de joelhos, resignado fico posto
Ante a tua magnitude, minha fadinha

Céus e mares dobrar-se-ão tranqüilos
Bem como eu, cego de paixão
De estrelas buscarei muitos quilos
Para expressar tamanha emoção

Quando cresceres não te esqueças de mim
E não percas essa doce meiguice
Pois saibas que meu amor por ti nunca chega ao fim,
Minha querida e amada Alice.
Prólogo do Desespero

Não quero Pasárgada, Avalon ou Xangrilá,
Tampouco sonho com a Canção da América
Prefiro ficar do lado de cá
Na sombra de minha insânia colérica

A bem da verdade deixo o barco fluir
Nas águas cálidas da minha vida incompleta
E aos poucos vejo meu castelo ruir
Debaixo da velha árvore, minha sombra predileta

Que tudo fosse como minha vida demente
As pessoas seriam interessantes
Haveria alegria em toda essa gente
E as coisas, assim como minhas palavras, seriam totalmente dissonantes

Mas como já falei não quero sonhar
Prefiro beber até cair
Pois por mais difícil que seja acreditar
A verdade é cruel e difícil de digerir.
Prólogo de Amor


Estes teus olhos cheios de malícia
Fitam-me a cada esquina
E então penso eu, que delícia
Esses olhos de mulher menina

Mas se me observares atentamente
Verás que não sou o que procuras
Pois infeliz é aquele que mente
Para ti, ser de múltiplas formosuras

E se me julgas digno do teu amor
Não me resta outra coisa a fazer
A não ser cair no teu fulgor
E dar-te infindável prazer.

Poesia de um enfermo


Esse ardor febril que me aflige
Tornando incerto o ideal que me dirige
Causando dúvidas nesse ser ignorante
Impedindo-me de seguir avante.

E nesse delírio vou ao infinito
Buscar respostas para esse delito
Que causa-me agora sofrimento
E sozinho estou, sem amigos nem alento

Calafrios da morte plena chegam impiedosos
Para levar minh'alma, gentis senhores caridosos
Tirar-me desta terra maldita e ingrata
Povoado pela besta humana, que usurpa e mata

E ao fim de tudo resta-me o nada
O vazio intenso e a moral injustiçada
Pois sei que por mim ninguém sofre
E morro a cada palavra desta estrofe.