Expiação
Corto os pulsos para nada ver
Ignorar certas coisas que me iludem
Esquecer enfim cada parte do meu ser
Descartar, então, idéias vãs que me confundem
Cansei desse ingênuo comodismo
Dessa voz entoante do não dizer
Surtei! Enterrei o meu lirismo
E aos gritos assisto o mesmo padecer
E para o não viver, do cansaço a ascensão
Esmaeço em devaneios lúdicos,
A cada idéia exposta, um pouco de razão
E saturado fico desses seres pudicos
Enquanto escrevo reflito sobre o nada
O vazio que dá forças para seguir
E te encontro, com a leveza de uma fada
Incompleta e constantemente a ruir