segunda-feira, 4 de maio de 2009

Expiação

Corto os pulsos para nada ver

Ignorar certas coisas que me iludem

Esquecer enfim cada parte do meu ser

Descartar, então, idéias vãs que me confundem

Cansei desse ingênuo comodismo

Dessa voz entoante do não dizer

Surtei! Enterrei o meu lirismo

E aos gritos assisto o mesmo padecer

E para o não viver, do cansaço a ascensão

Esmaeço em devaneios lúdicos,

A cada idéia exposta, um pouco de razão

E saturado fico desses seres pudicos

Enquanto escrevo reflito sobre o nada

O vazio que dá forças para seguir

E te encontro, com a leveza de uma fada

Incompleta e constantemente a ruir