sábado, 1 de novembro de 2008

Escritos na Areia 2


Em seus belos olhos,

Tão modestos e selvagens,

Posso ler a languidez suave

Que tanto precede quanto conclui

Nossos prazeres enfeitiçados...

Momentos deliciosos quando

Nossos lábios ferozes

Momentaneamente separados,

Buscam se reunir!

Quando essa doce fúria

Domina nossas almas

E nossos estranhos desejos

Estão livres para caminhar!

Um agradável devaneio

Acabou substituindo

Essa vívida alegria,

Essa excitante tontura.

Escritos na areia

Quem sois vós que me açoitas

Sem minha face admirar,

Como ousas tal afronta

Sob a alcunha soberana

De tratar-me como escória

E ousando me enfrentar.

Mas tomado por fúria indelével

Rompo os grilhões da tortura

Tomo-te o jugo que não te pertence

E bato-lhe a face

Para jamais desobedecer

Tampouco desafiar.