segunda-feira, 4 de maio de 2009

Expiação

Corto os pulsos para nada ver

Ignorar certas coisas que me iludem

Esquecer enfim cada parte do meu ser

Descartar, então, idéias vãs que me confundem

Cansei desse ingênuo comodismo

Dessa voz entoante do não dizer

Surtei! Enterrei o meu lirismo

E aos gritos assisto o mesmo padecer

E para o não viver, do cansaço a ascensão

Esmaeço em devaneios lúdicos,

A cada idéia exposta, um pouco de razão

E saturado fico desses seres pudicos

Enquanto escrevo reflito sobre o nada

O vazio que dá forças para seguir

E te encontro, com a leveza de uma fada

Incompleta e constantemente a ruir

2 Comentários:

Blogger Mr. Rickes disse...

Cara esse ficou muito bom!!!
Meu preferido. Principalmente pq finalmente confessou q cortas os pulsos.
heaheahaehaheae

0/

4 de maio de 2009 às 16:56  
Blogger Silvana Bronze disse...

Enterrou o lirismo, mas não perdeu a profundidade.
Gostei deste teu verso porque me pareceu como uma coisa explodindo de dentro, que rompe barreiras, que arraza limites, cercas, muros...

A próposito: obrigada pelos comentários Everton. Tenho gostado de lê-los por que não são só apreciações, tens refletido as coisas que digo e isso é a coisa que eu mais busco com meus escritos: dividir pensamentos.

5 de maio de 2009 às 17:04  

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