domingo, 5 de abril de 2009

Epílogo para a Musa


Então a musa finalmente morreu!
Levando consigo minha essência
E agora o que resta deste humilde plebeu
É um misto de angústia, torpor e demência.



Até o desafeto, que me assolava
Esvaiu-se nas minhas rubras lágrimas de solidão
E se antes tinha a ti, que meu viver sustentava,
Agora nada tenho. Não há salvação!



E durante a noite tudo isso aumenta
Embriagado, sonho com teu algoz
E meu sangue ferve, esquenta
Quando ouço o grito de agonia, e sei que é tua voz



E grito também, lancinantemente
Sinto-me perseguido pelos mesmos chacais
suporto a dor, abnegado e paciente
Se for para ti viver, que venha muito mais.



Não à toa derrotei Centauro e Quimera
Por ti enfrento até, como diria o poeta
A ingratidão- esta Pantera
Para ter-te ao meu lado, completa.



Mas se for para morrer
Danço com a morte, senhora mesquinha
o que importa é ao teu lado viver
E seguir a escrever essas mal traçadas linhas.