segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Diálogo com a morte

E agora, nobre senhor
Que farás ao ouvir
As doces sinfonias
Das manhãs de Novembro
Se nada lhe resta
Além de seu quinhão ruim?
Nessas horas é que podes perceber
O quão furtivo é o que lhe cerca,
Pois ao fim de tudo
Tudo escapa como areia entre os dedos
No torvelinho desta louca existência.

Implicastes ao dizer que eras feliz
Mas os que te eram ditos leais
Te apunhalaram sem piedade,
E através da dor
Provastes o real sabor da vida.
Eu bem que te preveni!
Muito te falei que a vida era injusta
E que os homens são chacais incontroláveis,
mas chamáva-mes de tolo,
malicioso dentre outros insultos
E agoras podes ver,
Que o que previ era realidade.

Agora meu amigo,
Dorme o sono dos injustiçados
Pois é só o que te resta,
Além de tuas quimeras mil
Que não passa de um sonho infantil
De uma vida breve,
Infeliz e solitária.

(fotografia de Evgen Bavcar)