Angústia Rouca
Meu verso escapa de tua boca
Assim como o vinho escorre da minha,
Minha voz de tanto gritar, ficou rouca
Gritando por ti, que calada pela estrada caminha.
E pela noite perscruto o que escreves
Absorto a cada linha, cada verso
Sei que nem uma linha sequer deves,
A mim, que possuo pensamentos dispersos.
Porém insistes! Me incitas! Provocas!
Na santidade máxima de teus versos puros,
Tiras da minha boca e na tua colocas
As palavras que me escapam, de poemas obscuros.
E essas garrafas que agora me acompanham
São testemunhas dessa dúvida que me persegue
As pessoas meus pertences apanham,
E tu, meus passos sorrateiramente segue.
Agora fico aqui, nesse abismo sombrio
Aterrorizado pelo fantasmas de minh'alma
Vou ficando por aqui, cansado e com frio
Vou ficando por aqui, antes que eu perca a calma.
4 Comentários:
Sabe quando tu lê um troço e fica com o olhinho brilhando, tipo com umas lagriminhas querendo sair? Pois é. Despertou isso em mim.
Seu mago de palavras! Adorei.
Perde a calma logo! Talvez seja isso que falte.
0/
Bah que coisa boa de ler.
duro.denso.verdadeiro.
um tapa na cara.
adorei!
salve Merlim...sem palavras garoto...imagino o que escreveras quando chegares aos 30...salve!
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