Sânie
O homem expelido pelo animal
Sente na carne o véu que rasga no instante
Mas tudo muda, tudo gira, não faz mal
Se o véu era seu, ou da mulher amante
E deste cálice na hibridez descomunal
Eu bebo o sangue que escorre adiante
Rasgando o elo desta corda umbilical
Que espedaça esse momento dissipante
E neste jogo violento e bestial
Eu quero o gozo que se mostra excitante
Devanear no suco gástrico renal
Sorver aos poucos o que se diz meu semelhante
Apago a luz desse ébano infernal
Tão negro como o reluzente diamante
Para não presenciarem o psicótico fatal
Que envolve minha mente delirante
E nos golpes que desfiro é que me torno racional
Marcando a face deste louco viajante
Que como eu com a chegada do final
Em desespero, vacilando, morre agonizante.
4 Comentários:
Me lembrou Bilac! Não pelo titulo e nem pelas rimas mas pelo parnasianismo sempre presente.
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Muito legal!
Este comentário foi removido pelo autor.
Pois eh moço.
Acho que nós poétas, e ando me me incluindo nesse grupo, somos gente "Extravasada" (criando uma palevra nova!.Tudo o que digo é que me permito...viver e sentir e escrever
o resto é resto.
o suco gástrico quase me matou! ahsuahs
continuas com a mesma "mão". =)
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