segunda-feira, 9 de março de 2009

Angústia Rouca

Meu verso escapa de tua boca
Assim como o vinho escorre da minha,
Minha voz de tanto gritar, ficou rouca
Gritando por ti, que calada pela estrada caminha.

E pela noite perscruto o que escreves
Absorto a cada linha, cada verso
Sei que nem uma linha sequer deves,
A mim, que possuo pensamentos dispersos.

Porém insistes! Me incitas! Provocas!
Na santidade máxima de teus versos puros,
Tiras da minha boca e na tua colocas
As palavras que me escapam, de poemas obscuros.

E essas garrafas que agora me acompanham
São testemunhas dessa dúvida que me persegue
As pessoas meus pertences apanham,
E tu, meus passos sorrateiramente segue.

Agora fico aqui, nesse abismo sombrio
Aterrorizado pelo fantasmas de minh'alma
Vou ficando por aqui, cansado e com frio
Vou ficando por aqui, antes que eu perca a calma.